DIÁRIO
DE VIAGEM
DIA 23
Passamos este dia em POA – agora uma parada técnica –
afetiva.... Levamos o carro para revisão dos 20.000 km, troca de óleo, filtros
e balanceamento das rodas, depois da troca do pneu comprometido. Tudo certinho.
Almoçamos uma deliciosa comida brasileira, carinhosamente providenciada por
nossos amigos de longa data. Rearranjamos as malas deixando apenas uma ativada
para o deslocamento de 3 dias até em casa. E a noite, ficamos com o filhote
conversando, jantando, visitando sua nova residência e vendo as novidades que
ele fez em seu apto. Depois disso tudo, hora de partir de novo.
DIA 24
Saímos de POA às 8:00 h para deslocar até Curitiba.
Novamente optamos por ir pela BR-101, que é duplicada até lá e,
consequentemente, mais segura e mais rápida. Já pensamos em ir pela BR-116 na
viagem anterior, mas desistimos devido ao alto fluxo de caminhões em uma
estrada serrana, embora seja uma estrada muito bonita.
Observando o visual em torno, e
comparando com o que vimos na Argentina, passamos por várias cidades de
tamanhos variáveis, vários postos de serviços grandes e com boas facilidades,
muito verde, numa estrada que tem a montanha de um lado e o litoral do outro.
De vez em quando, uma fazenda com gado, mas não em tanta quantidade como na
Argentina.
De tudo isso, é bom ver que nosso
país é muito mais rico e desenvolvido. A
Argentina pode ter seus atrativos como a cordilheira com montanhas, lagos,
estação de esqui, o Parque dos Glaciais, o “charme” da cidade do “fim do mundo”,
o reduto de fauna da península Valdez. Mas nós temos a Amazonia, o Pantanal,
Bonito e sua flutuação, e nada comparável ao nosso extenso litoral, com praias
de todos os tipos, cores e temperaturas – com dunas, com coqueiros, águas
mornas no nordeste, fria no sul, verde esmeralda em Maragogi e azul escuro em
Noronha... Só não temos os pinguins, mas baleias podem ser vistas em Santa
Catarina e na Bahia! (isto é, alguns pinguins desorientados até aparecem nas
praias do Floripa e do Rio de Janeiro!)
De Porto Alegre até Torres vai-se
por uma freeway de excelente qualidade, que passa por várias lagoas. Quase no
final se vê um enorme parque eólico – e nos perguntamos por que a Argentina que
tem muito mais vento, não faz a mesma coisa?
A passagem por Santa Catarina é
muito bonita, com a alternância de visual de serra e praia, algumas lagoas,
recortes no litoral que encaixam cidades pitorescas. A estrada está quase toda
duplicada – há apenas um trecho entre Laguna e Garopaba que ainda se encontra
em obras – um bom acostamento e vários postos de serviço. No entanto, o asfalto
é irregular e a estrada é ondulada em alguns pontos. Ao lado se vê muitas
empresas, fábricas, lojas de produtos locais como malhas e artigos de cama-mesa-banho,
show-room das fábricas de cerâmica etc. quase juntando uma cidade na outra.
Ao entrar no Paraná, a estrada se
tornou mais sinuosa, com uma vegetação exuberante ao lado – muitas arvores
verdes, frondosas, entremeadas por árvores com flores brancas e lilás
(manacás).
Chegamos a Curitiba ainda cedo e
fomos muito bem recebidos por outro casal de amigos em sua nova residência.
Jantamos uma gostosa feijoada com arroz bem temperado.... yammmm – tudo que
agente precisava depois de um mês a base de batatas e abóboras!!! E a conversa
rolou solta até tarde, atualizando as notícias de cada lado, contando as
aventuras de viagens. Coisas assim alegram a vida.
DIA 25
O dia amanheceu bem com cara de
Curitiba – nublado, ventando e uma temperatura gostosa – boa para quem vai
pegar a estrada. E lá fomos nós de novo... Agora pela Regis Bittencourt,
destino Ribeirão Preto. Essa estrada é muito bonita, toda pela serra, com uma
vegetação fechada, muito verde, ainda com as árvores floridas enfeitando. No
entanto, é um pouco desconfortável pelo excesso de tráfego de caminhões e as
muitas curvas. Está quase toda duplicada (há pelo menos 28 anos está
duplicando), mas ainda há trechos em obras na serra, já no Estado de SP, após a
entrada para Juquiá, o que sempre causa engarrafamentos. Aliás, pegamos um
baita engarrafamento após Juquiá – motivados por obras que deixam a estrada com
vários desvios com pista única.
As estradas de São Paulo são
excelentes, mas paga-se um pedágio muito alto. Desde que saímos do Rodoanel e
pegamos a SP-330 para Ribeirão, pagamos 8 pedágios entre 4,9 e 7,3 reais.
Praticamente um a cada 40 km!!! Na Régis Bittencourt, pagamos 6 vezes R$ 1,80 em 450 km– que diferença!!!
Chegamos a Ribeirão Preto as 18:00
hs e fomos para nosso hotel, o Sleep Inn. À noite fomos comer croquetes e tomar
chopp no Pinguim que são absolutamente deliciosos. Dessa vez fomos no Pingüim
do Shopping Santa Úrsula, porque o do centro estava totalmente entupido de
gente.
Bom estamos acabando a nossa
aventura. Amanhã à tarde estaremos em casa.
DIA 26
O pernoite no Sleep Inn foi
muito bom – dos hotéis que já pernoitamos por aqui foi o melhor, exceto pelos
atendentes que não foram muito corteses.
Ribeirão Preto é uma baita cidade – vários shoppings, ruas largas, comércio bonito, muitas praças. A cidade tem muitos flamboyants que nessa época do ano estão todos floridos dando um colorido especial e bonito às ruas. Ahn... não podemos esquecer que é a cidade do Restaurante Pinguim, aquele famoso pelo chopp e pelos croquetes. Deliciosos!!!
Saímos no dia seguinte às 8:30 no rumo de casa,
terminando assim a grande viagem. Percorremos nosso caminho já conhecido.... É
a terceira vez esse ano que passamos por ele!!!
Pelas estradas de SP se vê uma enorme pujança do estado e
do nosso país – muitas plantações, muitas indústrias, cidades boas... Entramos
em MG, e aí começam a aparecer fazendas de gado. Em Goiás, as fazendas de gado
continuam e ainda aparece um sem número de cultivo de grãos, formando um
verdadeiro cinturão verde.
A estrada está duplicada até perto de Araguari, com
vários trechos em obra. Dali até Cristalina é pista simples em estado normal,
sem buracos, contudo muito irregular os remendos, tornando a viagem cansativa,
barulhenta e desagradável. Nesta hora sentimos inveja dos asfaltos dos
HERMANOS, argentinos, chilenos e uruguaios.
A partir de Cristalina tomamos a GO-436 e BR-251 até chegar em casa.
Infelizmente, devido às chuvas, a estrada estava muito esburacada, cada
“panela”!!! Quando iniciamos a viagem a estrada estava boa. Nesta área, passamos
por uma área de muitas plantações bem cuidadas.
Chegamos em casa depois de 36 dias, 15.500 km, felizes e
cansados, e também realizados, por ter
conseguido realizar essa aventura.
“Aqui é o meu país
Nos seios da minha amada
Nos olhos da perdiz
Na lua na invernada
Nas trilhas, estradas e veias que vão
Do céu ao coração
Aqui é o meu país
De botas, cavalos, estórias
De yaras e sacis
Violas cantando glórias
Vitórias, ponteios e desafios
No peito do Brasil
Aqui é o meu país
Dos sonhos sem cabimento
Aqui sou um passarim
Que as penas estão por dentro
Por isso aprendi a cantar, cantar
Voar, voar, voar
Me diz, me diz
Como ser feliz em outro lugar”
Nos seios da minha amada
Nos olhos da perdiz
Na lua na invernada
Nas trilhas, estradas e veias que vão
Do céu ao coração
Aqui é o meu país
De botas, cavalos, estórias
De yaras e sacis
Violas cantando glórias
Vitórias, ponteios e desafios
No peito do Brasil
Aqui é o meu país
Dos sonhos sem cabimento
Aqui sou um passarim
Que as penas estão por dentro
Por isso aprendi a cantar, cantar
Voar, voar, voar
Me diz, me diz
Como ser feliz em outro lugar”
Parabéns!
ResponderExcluirTerminou a grande viagem. E com os versos da música linda do Ivan Lins, que gosto muito.
Essas longas viagens são atraentes. Se parecem com a vida em muitos aspectos. Lindas paisagens, alternativas de percurso, diversidades de tipos, comidas, climas... E a gente vai seguindo, vendo o mundo passar em volta e participando dele. Estradas boas, buracos, serras, planícies sem fim. As incríveis geleiras, as monumentais montanhas, os lagos paradisíacos e alguns pequenos e singelos detalhes, nunca mais saem das nossas lembranças...
Um grande abraço, Adriano
Amigos,
ResponderExcluirFizemos juntos parte da viagem, de El Calafate a Ushuaia! De fato foi um desafio superado! Lembro-me que ficamos andando em rípio por mais de 4 horas e não havia um posto de gasolina, uma estação de serviço no caminho. Por vezes cruzamos com ônibus caminhões e poucos carros. De 10 a 20 por hora. Se acontecesse um problema perto de anoitecer, provavelmente teríamos que dormir no frio. No mínimo os trabalhos para conseguir socorro iriam entrar noite a dentro. Todavia foi muito agradável fazer esta parte da viagem com vcs e contemplar paisagens nunca vistas, lindas! Agradecemos muito a oportunidade e o desprendimento de vcs em nos aceitar como parceiros de viagem. Acabou e agora é partir para outro desafio. Peru 2014, via Acre?
Abraços, Dailson e Viviane
Queridos, que viagem linda que curtimos com vcs via blog! Sejam bem vindos, Adriana e Candez
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