DIÁRIO
DE VIAGEM
O dia amanheceu lindo – céu azul,
sol, pouco vento e nos preparamos para o passeio de barco para avistar baleias.
No entanto, alguma coisa com o vento sul nos impediu de fazê-lo pois os
passeios não sairiam (sic). Marcamos então para amanhã e fomos aos outros
passeios da Península, para ver os demais animais que se deslocam para cá para
procriar.
Saímos então rumo a Caleta Valdez
(75 km de ótimo rípio, bem melhor que muitas estradas de asfalto no Brasil),
uma área no meio da parte externa da Península, de frente para o Oceano
Atlântico, onde há uma pinguineira e logo ao lado (5 km), em Punta Castor, a
colônia de elefantes marinhos que fica por aqui.
Em Caleta Valdez fomos a
pinguineira, aonde vimos mais uma porção de pinguins, chocando, brincando na
água, andando de um lado ao outro, fazendo barulho etc...
E foram muitas fotos
e filmagens. Como os ninhos são na encosta de um barranco bem alto
(acantilados, como eles chamam aqui), não há passarelas para a gente andar
vendo os pinguins. Só de uma plataforma superior.
O visual de toda a península é absolutamente plano, não se vê nenhum rio ou lago, a vegetação é só de arbustos com cerca de 60-80 cm de altura, verde acinzentado, com um solo arenoso amarelado e muita pedra. Na parte central há três salinas, ou lagoas salgadas secas. Toda ela é uma área de proteção ambiental, muito bem organizada, com pontos de visualização de animais que durante o ano todo procuram essa região para procriação.
A Caleta é uma parede de pedra/cascalho
que forma pequenas lagoas internas, nas quais a água é muito azulada.
Ela tem
30 km na costa leste da Península. Se assemelha aos arrecifes (galés) que
existem em Alagoas e Pernambuco. Em algumas partes formam pequenas ilhas dentro
da lagoa interna. O mar trás bastante material para essa parede, o que está
tornando as lagoas a cada dia, menores e mais rasas. No passado, era possível a
entrada de pequenos navios para carregar lã, agora não mais.
Em Punta Cantor fizemos uma pequena
trilha interpretativa, aonde vimos vários modelitos de lagartos, algumas
borboletas e em um ponto se avistava os elefantes marinhos deitados lá na
praia.
A praia é toda de cascalho e os animais ficam lá deitados em grupos,
quase imóveis, parecem até estar mortos. De vez em quando um mexe as
nadadeiras, ou move a cabeça.
Esses animais são as maiores “focas” chegam a
pesar 4.000 kg o macho e 1000 kg a fêmea, mergulham até 1500 m (são os maiores
mergulhadores, comparando com baleias, orcas e outros). O macho também
apresenta uma tromba (daí o nome elefante).
Almoçamos no restaurante em Punta
Cantor e dali seguimos para a Punta Norte (52 km de excelente rípio), o extremo
norte da península onde há mais elefantes e lobos marinhos. Ali também aparecem
orcas, mas não nessa época.
Em Punta Norte vimos mais elefantes
marinhos e também lobos marinhos todos fazendo a mesma coisa – NADA... Um ou
outro nadava pela orla. Ficam lá espalhados, dormindo...
O ideal é ir nesses lugares na maré
alta pois se consegue vê-los melhor, mais perto.
As estradas na península são todas
de rípio, mas em muito boa qualidade, bem largas. A gente anda devagar e de vez
em quando se vê animais cruzando a estrada.
Hoje pudemos ver e fotografar uma
ñandu com suas crias, um animal estranho que parece um cruzamento de lebre com
cachorro, tem orelhas curtas, e anda sobre as quatro patas, não pula como as
lebres... Depois descobri que era uma mara patagônica.
Em Punta Norte também
vimos um tatu mansinho que ficava circulando entre as pessoas e os carros. Além
de guanacos, carneiros, e vacas.
A Península tem várias propriedades
particulares, fazendas que criam vacas e carneiros. O único local com apoio,
combustível, caixa eletrônico etc. é Puerto Pirâmides, onde também há hotéis, restaurantes, lojas etc. Em Punta Norte só tem uma cafeteria
que serve alguns sanduiches e bebidas leves. Também há um hotel. Em Punta
Cantor, há uma hosteria e um restaurante. Em Punta Delgada, no lado sul da
península, onde não fomos pois o mirador público está fechado, há um
restaurante. De lá é possível ver elefantes marinhos, mas só quem almoça no
restaurante, que tem um mirante particular.
Na volta (79 km), passamos em Punta Pirâmides
(5 km de Puerto Pirâmides), de onde se vê lobos marinhos e também é possível
avistar as baleias que ficam no Golfo Nuevo.
Foi um dia completo, repleto de
novidades e muito bom. Curtimos bastante a natureza, fizemos duas trilhas onde
caminhamos em torno de 2,5 km e vimos vários animais novos para a nossa coleção
de fotos.
Amanhã, já reservado, sairemos para
fazer a avistagem de baleias em um barco daqueles infláveis. Estamos ansiosos
para esta nova aventura. Agora sairemos para jantar um “pescado” no restaurante
Punta Ballena aqui na cidade.
Amigos,
ResponderExcluirParece que a vida amimal gosta mais do calor ao norte que as águas geladas de Ushuaia! Espero que vcs tenham sorte e vejam as baleias. Cuidado com a cauda delas pois devem fazer uma onda quando batem na água.Como aventureiros vcs estão se superando!
Boa sorte!!!
Dailson e Viviane