sábado, 27 de outubro de 2012

6º DIA 27 OUT: GEN. VILLEGAS – GEN. ROCCA (750 km – 6:42 hs)


DIÁRIO DE VIAGEM


            Hoje a jornada tinha duração intermediária. Deixaríamos a Província de Buenos Aires em direção sudoeste para a Província de Rio Negro, já nos aproximando da Cordilheira dos Andes.
            Antes de deixar Gen. Villegas fomos tentar sacar dinheiro no caixa, desta vez fomos ao Banco de La Nación, que tem o sistema Link. Agora nosso cartão VISA do Itaú funcionou bem e conseguimos fazer o saque com ele, mas como das outras vezes, apenas 1000 pesos. Nos saques anteriores usamos também o VISA, porém do Banco do Brasil.
            Em várias ocasiões que fomos pagar com cartão de crédito usando o VISA e não conseguimos efetuar o pagamento. Descobrimos depois que o problema não era com o cartão, mas sim com os atendentes Argentinos dos postos de gasolina ou outros pequenos estabelecimentos. Como o nosso cartão VISA é de crédito e de débito, os atendentes não estavam usando corretamente e, provavelmente, usando a opção débito, que não é permitida, pois o nosso banco está no Brasil. Quando descobrimos isso, passamos a orientá-los, fazendo-os usar corretamente o cartão. No entanto, observamos que muitos estabelecimentos não aceitam cartão de crédito, principalmente os menores e aqueles localizados em pequenas cidades.

A partir de Gen. Villegas o visual continuava o mesmo: terrenos alagados,  fazendas de gado, plantações enormes, pequenas cidades com cooperativas e armazéns com silos enormes. Andamos longos períodos com lagunas em torno da estrada. À medida que nos afastávamos, foram diminuindo as fazendas de gado e predominavam as plantações, aparentemente (segundo nosso enorme conhecimento agrícola...ih ih ih) de trigo, arroz e feno.

A partir de Santa Rosa entramos na Província de La Pampa e na Região Patagônica propriamente dita. E então tudo foi mudando. A terra vermelha escura foi sendo substituída por um solo pedregoso e acinzentado. A vegetação se tornou rasteira, sem as enormes árvores que margeavam a estrada, sem fazendas ou plantações. As cidades ficaram mais escassas e menores. A estrada, uma enorme reta passando por uma região plana, verde/cinza e deserta. Nada a vista no horizonte. Margeando a estrada um bonito arbusto com flores amarelas.
A cidade de Santa Rosa, entrada desta região, é bem grande e tem bastante apoio. É um bom ponto para pernoite. As demais cidades são mínimas.... Em Gen. Acha encontramos um posto da Petrobrás que aceitava cartão e também tinha restaurante. Os da YPF que achamos não aceitavam cartão mas tinham uma boa loja de conveniência. Nesse último abastecimento pagamos o equivalente a R$ 3,00 pelo litro de gasolina. Aliás, os preços em geral estão bem caros por aqui.

            Hoje fizemos a primeira parada na estrada mais tarde do que o nosso normal (normalmente não mais do que 2:30 hs após a saída) e aproveitamos que na parada tinha boas opções de alimentação, e aí compramos sanduiches e refris para o almoço e planejamos fazer um “piquenique” a sombra das árvores no caminho. Encontramos um local que atendeu às nossas expectativas e paramos para comer. Foi muito bom, todavia sentimos falta da nossa mesinha e cesta de piquenique que usávamos no passado quando viajávamos com nossos filhos, ainda pequenos.     
            Por duas vezes nessa viagem fomos parados em um posto de inspeção sanitária para controle de pragas e zoonoses. O carro foi desinfetado por fora (spray de veneno) e nos cobraram uma taxa de 6 pesos. Aliás, nesse último confiscaram as maçãs que compramos em Gen. Villegas (a pera eu salvei comendo ali mesmo). A propósito, as peras e maçãs foram as únicas coisas baratas que vimos por aqui.

            O trecho final da viagem é muito deserto – nada ao redor... raramente cruzamos com um outro carro....nada a vista no horizonte nos 360 graus em torno. E a estrada?  Aquela reta sem fim... vai dando sono e até tédio.... com o carro no piloto automático parece não ter nada a fazer.



            No final, 70 km antes de Gen Roca passamos por “Casa de Piedra” uma vila turística às margens de um lago bem azul que é parte de uma represa. Aliás, tentamos nos hospedar nesse local e eles nos informaram que nesta época do ano não estavam funcionando. No entanto, na entrada da cidade, havia um hotel e um posto de serviço em funcionamento.
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A exemplo de outras etapas, chegamos cedo ao destino e até poderíamos andar um pouco mais. No entanto, o fato de termos feito reservas em hotéis nos prendia no planejamento original. Concluímos que com exceção da alta estação e em grandes cidades, não é necessário fazer reservas antecipadas. Nossos hotéis, exceto em Foz do Iguaçu, estavam vazios e poderíamos, perfeitamente, chegar sem reservas. Porém, há que se analisar as opções de hospedagem nas várias localidades da região pois algumas “cidades” são tão pequenas que podem nem ter hotéis.



            A chegada à Gen. Roca foi interessante pois no meio desse deserto surge de repente um agrupamento de árvores e casa, parecendo até um oásis. A cidade é limpa, tem ruas amplas, bem arborizada. Bem simpática para uma cidadezinha no meio do nada.



            Ao final da tarde e a noite, ainda tivemos tempo para dar uma lavada no carro, fazer uma pequena caminhada pela cidade e comermos uma parrillada no restaurante L'Avenida - um restaurante pequeno e simples mas a comida era boa e o preço correto.

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            Boa noite e até amanhã, quando estaremos fazendo a nossa segunda estadia alongada em San Martin de los Andes, aí sim, já na Cordilheira dos Andes!

PS: Essa é a minha escritora desse Blog trabalhando a bordo...

3 comentários:

  1. Caros amigos Bur e Ju! Excelente idéia esta do Blog. Estamos acompanhando toda a viagem e a curtição de vocês. A partir de amanhã, acreditamos que as belas paisagens se intensificarão. San Martin de Los Andes, uma mini Bariloche, muito graciosa e com uma ótima estação de esqui (Chapeuco). E bons restaurantes! Desejamos que continuem realizando esta aventura com a proteção de Deus. Gromori e maninha.

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  2. Olá amigos,
    Duas coisas me chamaram a atenção naquela placa na Provincia de La Pampa: a que também está escrito em português o Bem-vindos e a de que incorporaram ao mapa argentino as fatias de projeção do país sobre a Antártida ...
    Pelo que deu para perceber nas fotos parece que as famosas interminavelmente longas estradas são muito boas. Boa notícia pois já tiveram a fama de serem ruins.
    Para evitar problemas com a "tarjeta" já vou levar pesos na viagem.
    Boa viagem,
    Mac

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  3. Amigo Mackrodt, de fato as estradas estão muito boas em termos de asfalto, diria impecáveis, contudo elas não possuem acostamento nem sinalização horizontal, mas para caminhar de dia está ótimo.
    Quanto a "tarjeta" agora já resolvemos os problemas. Para pagar conta se não der certo com o VISA usamos o MASTERCARD ou o AMEX que são cartões somente de crédito. O meu VISA é de crédito mas também de débito direto da minha conta, aí.... os hermanos impentelham.
    Te aguardamos por aqui.
    BURNIER

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