DIÁRIO DE VIAGEM
Hoje tinhamos muito chão pela frente – de Uruguaiana até
General Villegas, quase 1.000 km com um tempo estimado de viagem perto das 11
hs, sendo todo o percurso agora, por dentro da Argentina. Resolvemos abastecer
ainda no Brasil pois o preço da gasolina estava mais caro na Argentina (segundo
um guarda nos informou, à medida que andamos para o sul os preços caem pela
metade…. vamos ver se é assim mesmo).
A estrada era duplicada até Cuatro Bocas e a partir daí,
simples. Havia vários trechos em duplicação – essa é a RN-14 que leva a Buenos
Aires. O asfalto estava bom, alguns trechos remendados, mas no geral bem
aceitável. As estradas de pista simples não têm acostamento. Os pontos de apoio
são raros, e em geral próximo ou dentro das cidades. Os postos de gasolina não
possuem restaurantes, têm apenas lojas de conveniência que vendem alguns
lanches. Para refeição temos que procurar um “Comedor” ou restaurante, que
geralmente estão nas proximidades ou nas próprias cidades da estrada, que
sempre levam mais tempo para servir do que um “fast food”, atrasando a viagem.
O visual em torno era de pampas, muito plano, muito verde e
com muito gado – de todos os modelos – brancos, pretos, malhados, marrom com
cara branca..... As vezes também tinha carneiros e cavalos. Também é uma região
agrícola com muitas plantações de arroz, trigo, soja e milho. Vê-se muitas empresas
de beneficiamento de grãos com enormes silos.
Cruzamos o Rio da Prata em Rosário. Essa parte é bem
interessante – a partir de Vitoria se anda 62 km em uma estrada elevada em meio
a um charco (no mapa já parece como o Rio da Prata), com bastante vegetação
mesclada com água, várias pontes, e com o gado pastando nas partes verdes próximas
à água, dando a impressão de que se o rio encher todo o gado ficará submerso.
Ou seja, vaca pastando dentro do rio !!! Ao final cruza-se a ponte estaiada e
se chega a Rosário. Aqui a vegetação já muda um pouco, lembrando um pouco
países de clima frio, aparecem muitas coníferas e árvores mais altas.
Tomamos a Ruta Nacional 33 para o sudoeste – a estrada é
muito boa, com uma reta interminável, que passa por várias pequenas cidades. Na
entrada e na saída de cada cidade a estrada faz um “S” acentuado, provavelmente
para que todos tenham que reduzir a velocidade antes de cruzar as cidades.
Todas elas parecem idênticas – sempre há um parque verde, uma praça bem
arborizada e florida e as casas em torno da estrada. Não vemos muitos Bancos
por aqui. Paramos para sacar dinheiro no caixa eletrônico do Banco Santander –
havíamos lido em um blog que era
possível realizar saques com cartões VISA e MASTERCARD, particularmente do Itaú
que é o nosso Banco, nos caixas eletrônicos do Santander-Banelco. Bom, já tentamos
duas vezes com os cartões do Itaucard, mas até agora não conseguimos nada. No
entanto, com o cartão de débito VISA do Banco do Brasil conseguimos fazer o
saque. Mas, só foi possível sacar um máximo de 1.000 pesos. A cada saque, o
banco argentino cobra uma taxa de 19 pesos e o BB cobra outros R$ 19,00. Vamos
tentar sacar na boca do caixa e ver se dá para tirar mais dinheiro.
Chegamos ao final da tarde, ainda com sol, pois aqui não tem
horário de verão e eles estão com 1 hora a menos do que nós. Nesta latitude o
sol está se pondo em torno das 20:00 hs.
O nosso Hotel Oceano em Gen Villegas é daquele tipo dos EUA
de beira de estrada, no qual você para o carro em frente ao quarto, o que é
ótimo para descarregar e carregar, bem como pegar as coisas que esquecemos na
saída do carro (as usual). Mas não dispõe de apoio para o viajante como gelo, café mais cedo etc...
Fomos jantar na cidade para conhecer um pouquinho dela. Bem
perto do hotel tínhamos um restaurante de parrillada, mas não estamos mais em
idade de comer um churra de noite. Então preferimos encarar um massinha no
restaurante La Esquina, que por sinal foi bom, barato e honesto. O único
problema é que não aceitava cartões de crédito e tivemos que pagar em espécie.
Isso tem se mostrado um problema aqui na Argentina, pois em muitos lugares
não conseguimos usar os cartões de crédito. Eles estão querendo dinheiro vivo
mesmo...
Amanhã faremos a última etapa antes de chegarmos aos Andes,
em San Martin de Los Andes. Creio que sairemos da região com vegetação de pampa
para ingressarmos em áreas com o deserto andino. No blog de amanhã eu confirmo
como foi.
A impressao que tenho e que as estradas argentinas tem o movimento do Brasil dos anos 70. Continua assim? E tambem os poucos buracos.
ResponderExcluirCaros amigos parabéns pela viagem e pelo modo que vocês estão mantendo atualizado este diário de bordo, com palavras e imagens.
ResponderExcluirBoa viagem com muita diversão e segurança.
Otto Brito